Perguntasse a qualquer infante
Da prudente Lusitânia, e
De pronto exclamaria aos ventos:
Navegar é preciso!
Tempos Sagrados em que
Prezava-se a espontaneidade
Singrar os arredios mares
Era empresa, à qual se disporiam
Astutos aventureiros
Meticulosos, inveterados!
Hoje, surpreendo, ainda
Os que desconhecem as silhuetas do português
Pois se afirmava da mesma maneira
Com grande afinco:
Viver não é preciso!
Ora, não ousaria arriscar
Minha pseudo-intelectualidade
A exclamar doutas infâmias
Pois de tudo que se reservam estas linhas
Provém a incalculada sabedoria
E com o aval desta singular
Discrepância que permite abusos
Diversos do recôndito senso
Comum, exclamo aos corações:
Desenganados com a racionalidade
Da vida que concluída
Num breve silogismo:
Amar não é preciso!
Pedro Guimarães Pimentel
O mundo tá mudado
Há 10 anos