quinta-feira, 12 de março de 2009

Cuspe e marmelada (Leve desprezo)

Hoje cantaremos uma ode à palhaçada
Remetendo-se àquelas feridas abertas
Vamos curar com cuspe e marmelada
E de nossas mazelas daremos risadas!

Prendam senhores, aquela que corre
Roubou sua própria felicidade
A cada dia que se esconde, morre
E se furta da sorte de encontrar a verdade

Quem sabe na cadeia ela encontra
Um homem safado que lhe dê conta
Que dos bons cismou em se esconder
Então peça a Deus para com o diabo não se meter

Seis meses de prisão para a fugitiva!

Falemos da louca que temos a vista
Gritando, mata formiga sem deixar pista.
Nem Freud, nem a ciência explicam!
Pobre das bichinhas, se nem ao menos a picam!

Acharam Urânio 119 em sua maquiagem
Se converso com ela, meu cérebro se confunde
Abro minha boca, mas só sai bobagem...
Criatura incoerente, que a minha cabeça funde!

Despejem na lixeira tóxica, mulher radioativa!

Surgindo na penumbra ela vem a passos leves
Colombina gatuna que derrama seu veneno
Faces doces, meigas, mas ela tem outras, espere!
Ainda mostro sua cara pra esse mundo pequeno

Seu conto de fadas não se esgota
Agora arrumou um pra servir de idiota!
Pra quem disse que sempre foi fria
Conseguiu maquiar o amor, quem diria?

Vaias para a atuação da mascarada!

No Rio ela é dengue, na Europa peste de ratos
No Brasil é Botafogo e nos EUA, o presidente
Na Bíblia, Apocalipse, o fim evidente!
A defunta simplesmente, sem adendos ou relatos

Isto é o que te cabe pelo seu desprezo
'É a terra que queria ver dividida'
Tudo o que espero agora, sem peso
É ver-te longe, feliz ou não! Decida.

Exílio para a desgraçada!

De coração, não há mágoa.
Desejo para a fugitiva, a liberdade
À mascarada, um bom teatro na cidade
Meu carinho num rio perene desagua!

Pois eu logo de cara não me faço de rogado
Ao contrário de meu caro amigo
Das duas pestilentas eu não quero nem recado
Pois que chovam canivetes, já não sirvo de abrigo!

Pedro Guimarães Pimentel / Leonardo Monteiro Ferreira