sexta-feira, 3 de abril de 2009

Cinzeiro

Para você, meu camarada
Uma paixão até se encolhe
Mas não pense que não sobra nada
Resta uma cinza, por onde quer que olhe

Enquanto queima, tudo se consome
Erra os passos, perde a hora
Se alguém lhe pergunta, sem demora
Troca até de sobrenome

Mesmo sem vibrar uma chama
Da brasa que um dia
Ardia por aquela dama
Persiste levemente
Uma cinza descontente

Ai de quem duvidar
Pois limpo nenhum coração
Da mais sutíl paixão
Jamais se econtrará

Acumulando paixões
Despejando desilusões
Este seu fiel companheiro
O mais antigo dos cinzeiros

Pedro Guimarães Pimentel

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Ao amigo

Eu tenho um amigo que imagina como seria
se tudo diferente fosse
Ele não sabe, mas deveria,
que merece mais do que um sorriso doce.

Um amigo que vacila ao comparar
E, mesmo encantado, ainda teme
Quando se surpreende ao sonhar
E ver que de sua vida tem o leme.

Te desejo o maior dos amores
E é por ser como eu que clamo
Não caia em desengano
Não apague o perfume das flores

Esqueça o passado, não tens o direito
de negar ao mundo a sua verdade
Teu coração puro não cabe no peito
Nós não terminamos, tenha a bondade.
Quero ver-te forte, livre, refeito.

Enxugue esse rosto que já passa da hora
E essas lembranças que fiquem guardadas
Já disse mil vezes, sem você não vou embora
Enxergue além dessa chuva de mágoas.

Leonardo Monteiro