quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Chega um momento na vida de um homem que o Carnaval não tem fim...

Chega um momento na vida de um homem que as palavras ficam mais curtas, que não se consegue fingir. Que ele pensa muito e pouco age, que ele planeja muito e teme o final de contas.

Chega um momento na vida de um homem, que o sorriso de uma “menina” ignora a incapacidade dos olhos deste homem de enxergá-lo. E emana um brilho tão forte, mas tão forte que as pálpebras não são capazes de impedir a penetração desta luz.

Chega um momento na vida de um homem que o carnaval não tem fim.

Que aquela folia esbanjada nos blocos muda do estado de felicidade externa para a interna, pois o coração vive uma festa; que provoca uma sensação tão inesperada que não consegue, por este homem, ser interpretada, ou compreendida simplesmente.

Chega um momento na vida de um homem que uma garagem vira abrigo de canções pouco louváveis. Mas também vira um ninho de amor durante parte de uma noite. Que fará o carnaval não ter seu fim.

Chega um momento na vida de um homem que na multidão não se enxerga cor.

Porque lá, a “menina” está tão colorida, que acaba inibindo a graça de tudo e todos e; apenas se pode contemplar, por estes olhos masculinos angustiados pelo desejo o vestido amarelo, a pele branca com sardinhas, o esmalte vermelho. E aquela luz forte que sai do sorriso desta “menina” que só faz iluminar toda escuridão provocada pela arrogância e da falta de amor deste homem.

Chega um momento na vida de um homem que ele não entende, mas é beneficiado pela dádiva do poder da sabedoria. Afinal, enxergar as cores do amor em meio à multidão o proporcionou sentir o que de mais puro já pôde ser contemplado por este homem...

Contudo...

Chega um momento na vida de um homem que ele decide tocar esta luz que não pode ser vista de tão forte. Mas que pode ser sentida. Que é angustiante, mas gostosa. Que começou sem mais sem menos e não terminou porque o carnaval não tem fim. Pelo menos não para este homem, apaixonado, encantado, pasmo, abobalhado pelo sentimento por aquela “menina”.

Chega um momento na vida de um homem que ele precisa seguir em frente. E percebe que o carnaval para ele não vai ter fim. E a “menina” que ergueu este homem à qualidade de portador de um sentimento tão nobre, com suas mãos frias e intensas o diz para voltar.

Porque o carnaval para ela não terá fim.

Então ele se apronta para ir embora, e não vê a hora de voltar para a “menina” que fez com que seu carnaval não tivesse fim.

Peter Sana

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