Função ingrata essa de ser poeta
Da dor de parto da criação
Minhas tristezas à pena, uma seta
Um dia sem rima, escuridão.
A inspiração que me ilumina
Vem da mesma dor que me consome
Sofrer, escrever, minha sina
Bênção maldita, insone.
E divagando morro um pouco
Sinto pois corta, feri, dói.
Escrevo com o prazer de estar louco
Vivo e morro do que o amor destrói.
Dias e noites à espera dos versos
As vezes me pergunto se existe um porque.
São todos vadios, perversos
Escrevendo, vivendo, morrendo, sendo e não sendo. O que?
Ó lástima cruel, insana, vã.
Que gozo estranho e distinto que me dá
Não quero viver um novo amor amanhã
Mas se me faltar à pena, a ideia. Assim será.
Leonardo Monteiro Ferreira
O mundo tá mudado
Há 10 anos
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