sexta-feira, 3 de abril de 2009

Cinzeiro

Para você, meu camarada
Uma paixão até se encolhe
Mas não pense que não sobra nada
Resta uma cinza, por onde quer que olhe

Enquanto queima, tudo se consome
Erra os passos, perde a hora
Se alguém lhe pergunta, sem demora
Troca até de sobrenome

Mesmo sem vibrar uma chama
Da brasa que um dia
Ardia por aquela dama
Persiste levemente
Uma cinza descontente

Ai de quem duvidar
Pois limpo nenhum coração
Da mais sutíl paixão
Jamais se econtrará

Acumulando paixões
Despejando desilusões
Este seu fiel companheiro
O mais antigo dos cinzeiros

Pedro Guimarães Pimentel

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