quinta-feira, 26 de março de 2009

Apelo

Escrever nunca foi tão difícil quanto agora
Minha rima sempre corrente, porém marcada
Hoje tento fugir do estilo de outrora
tirando o fardo da pena, que já não quero pesada

Mas o que dizer sem um punhal no peito?
Sem meus versos de sangue e lamento
Sem o tormento vago de minhas ilusões perdidas
Ou tudo o que julgava belo, sensato, intenso...
Será que existe poeta sem feridas?

Antes eu teimava em sangrar pela morena
Selar com pranto cada composição
Destilar toda minha mágoa em poema
Mas a maldita dor se foi, falar de que então?

Ó Senhor, não permita que eu me cale
Me arranque outro dom, seja qual for
Meus olhos, que eu não veja a luz do dia
Que eu tenha, na leveza, inspiração e cor
Mas que a felicidade não me roube a poesia.

Leonardo Monteiro Ferreira

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