terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Clube dos Mal-Amados

Uma meta, vários caminhos,
Figuras de traços marcantes
Rebuliço de pudores daninhos
Pensados, planejados, torturantes.

Cada qual com seus motivos
Nada que nos junte nem nos afaste
Suficiente, essa conjunção de sorrisos,
Esconde sutilmente, antes que se alastre.

Tão bem desenhadas nossas desculpas
Não reconheço, ainda que pudesse, que quisesse,
Não mereço, não me merece.
O fulgaz ardor do desapego paga, assim, a sua multa.

Este que se engana, agora esgana
Do fim para o começo nada mais valeu
O passado vivido... será que ela percebeu?
Baixeza, disfarce, mulher sacana.

Com grande hombridade de si mesmo
Não repetirá os erros, a esmo.
Que assim seja, que Deus te proteja,
Não me alimento de amor, talvez cerveja.

Volto-me agora para os que esperam
Que suas vidas sejam infinitas (como o Universo)
Verso a verso, suas felicidades proliferam
Distâncias seguras, benditas!

Errantes, beligerantes, destoantes.
Distantes cantantes amantes.
Tardes chuvosas entediantes.
No futuro, o amor será como antes,
Dela existir.

Mas não existe, resiste, persiste.
Buscar, errar, lamentar.
Fogem da ameaça, desgraça, pirraça.
Mas não escapam do encontro com o espelho,
A se destruir

Todas as metas, sem nenhum caminho,
Desfigurados, destroçados.
É os que nos torna, é assim que se forma,
O clube dos mal-amados.

Pedro Guimarães Pimentel

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